«O deísta é um homem firmemente persuadido da existência dum ser surpremo tão bom como poderoso, que formou todos os seres extensos, vegetantes, sensíveis e reflexivos; que perpetua a sua espécie, que pune sem crueldade os crimes e recompensa com bondade as acções virtuosas. O deísta não sabe como Deus pune, como favorece, como perdoa; pois não é tão temerário que se gabe de conhecer como Deus actua; mas sabe que Deus actua e que é justo.[...] Reunido neste princípio com o resto do universo, não abraça nenhuma das seitas, que todas elas se contradizem. A sua religião é a mais antiga e a mais extensa; pois a simples adoração dum Deus precedeu todos os sistemas do mundo [...]. Crê que a religião não consiste nem nas opiniões duma metafísica ininteligível, nem em vãos aparatos ou solenidades, mas na adoração e na justiça [...]. O maometano grita-lhe: "Tem cuidado, se não fazes a peregrinação a Meca!" "Desgraçado de ti se não fazes uma viagem a Nossa Senhora do Loreto" – diz-lhe um franciscano. Ele ri-se de Loreto e de Meca; mas socorre o indigente e defende o oprimido.»
Voltaire, Dicionário Filosófico (1721)
Caracterize o pensamento religioso das Luzes.
«Nenhum homem recebeu da Natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um presente do céu, e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da Razão [...]. Toda outra autoridade (que não a paterna) vem de uma outra origem, que não é a da Natureza. Examinando-a bem, sempre se fará remontar a uma destas duas fontes: ou a força e a violência daquele que dela se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe são submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem deferiram a autoridade. [...]
O Príncipe recebe dos seus súbditos a autoridade que tem sobre eles, e esta autoridade é limitada pelas leis da natureza e do Estado.»
Diderot, artigo "Autoridade política" na Enciclopédia
Enuncie os princípios do pensamento político dos iluministas no século XVIII.
«As nossas esperanças sobre o estado futuro da espécie humana reduzem-se a estes três pontos: a destruição da desigualdade entre nações, os progressos da igualdade num mesmo povo, enfim, o aperfeiçoamento real do Homem.
Chegará assim o momento em que o sol iluminará sobre a terra homens livres, não reconhecendo outro mestre além da sua razão [...].
Por uma escolha feliz e pelos próprios conhecimentos e métodos de ensino pode-se instruir todo um povo de tudo o que cada homem tem necessidade de saber para a economia doméstica, para a administração dos seus negócios, para o livre desenvolvimento da sua indústria, e das faculdades, para reconhecer os seus direitos [...], para ser senhor de si próprio.
A igualdade da instrução corrigiria a desigualdade das faculdades, assim como uma legislação previdente diminuiria a desigualdade das riquezas. Aceleraria o progresso das ciências e das artes, criando-lhes um meio favorável [...]. O efeito seria um aumento de bem-estar para todos.»
Condorcet, Quadro dos Progressos do Espírito Humano (1793)
Relacione o Iluminismo com uma visão optimista do futuro da Humanidade.
The Man in the Iron Mask, filme dirigido por Randall Wallace. Baseado no romance de Alexandre Dumas, O Visconde de Bragelonne, tem como personagens centrais o rei francês Luís XIV e seus mosqueteiros (Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan). No filme, descobre-se que o rei possui um irmão gémeo, que é mantido preso, com uma máscara de ferro cobrindo-lhe o rosto.
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Man_in_the_Iron_Mask
Visiona excertos do filme O Homem da Máscara de Ferro, de Randall Wallace e proceda à análise do conteúdo do filme, procurando contemplar os seguintes elementos: época histórica retratada; localização desses acontecimentos no espaço; personagens históricas; grupos sociais em evidência; ambientes; vestuário usado; costumes.
Marie-Antoinette é um filme de 2006, dirigido por Sofia Coppola. O filme foi rodado no palácio de Versailles, sob autorização especial do governo francês. O filme conta a história da jovem rainha da França do século XVIII, Maria Antonieta. Sofia baseou-se em livro biográfico de Antonia Fraser, em detrimento de outro, de Stefan Zweig, alegando que continha uma descrição mais humana de Maria Antonieta.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Antoinette
«Os convites para as frequentes festas ou para os passeios privados em Versalhes foram os meios de que o rei se serviu para distinguir os cortesãos e para manter todos eles sempre ansiosos por agradar-lhe [...]. O rei olhava continuamente à direita e à esquerda, quando se levantava, ao deitar-se, durante as refeições, ao passar pelas salas e pelos jardins de Versalhes, o único lugar onde todos os cortesãos tinham liberdade de segui-lo: via e notava toda a gente, ninguém lhe escapava, nem mesmo aqueles que julgavam não ser vistos [...].
Para as pessoas de maior distinção, era vergonha não viver permanentemente na corte ou ir lá só de quando a quando.»
Saint-Simon, Memórias
http://www.youtube.com/watch?v=G93EhIGlVS0&feature=channel_page
http://www.youtube.com/watch?v=xozvnMZ7Jq4&feature=channel_page
Com base nos documentos, identifique os elementos estéticos de encenação ou representação do poder absoluto.