Domingo, 26 de Setembro de 2010
Publicado por História às 02:07
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Publicado por História às 02:05
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Publicado por História às 02:04
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“A designação dos espaços poderia ser a seguinte. As mesas comuns dos magistrados supremos e os templos deveriam partilhar do mesmo espaço (…). Tal lugar apropriado seria aquele que se evidenciasse, a ponto de tornar a virtude digna de ser vista e fosse suficientemente seguro em relação às partes vizinhas da cidade. Nas imediações desse lugar destacado, dever-se-ia instalar uma praça (…) a quem chamam Praça Livre. Essa praça estaria livre, com efeito, de qualquer tipo de comércio, e de acesso interdito a artesãos, agricultores ou indivíduos do género, excepto nos casos em que os magistrados o permitissem. Um lugar assim tornar-se-ia deveras aprazível se nele se erigissem ginásios para adultos, pois essa instituição deve também diferenciar-se consoante as idades (…). A praça do mercado, por seu turno, deveria ser um local distinto e separado daquela, propício para a acumulação de todos os produtos, tanto os transportados por mar como por terra.
(…) Com efeito, enquanto a praça pública situada num ponto de destaque é destinada ao ócio, a praça do mercado destina-se às actividades de subsistência.”
Aristóteles, A Política
Qual o papel político, social e cultural da ágora na vida das cidades gregas?
Publicado por História às 02:02
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“Umas das características mais salientes da organização da vida grega, é o regime da polis ou cidade-estado, fenómeno singular, cuja explicação cabal ainda não foi dada. É certo que o factor geográfico (compartimentação das terras pelas altas montanhas, dificuldades de comunicação) favorece a eclosão do sistema (…).
O factor geográfico será, pois, quando muito, umas das causas a apontar. Outra, que já tem sido indicada com mais razão, é que a insegurança posterior à invasão dórica e a falta de um poder central forte que defendesse os homens os levou a unir-se em pequenos territórios. (…)
Cada polis era uma pequena nação, e a Hélade uma unidade supranacional, como a Europa moderna em relação aos vários países independentes que a compõem (…).
Como afirma Heródoto os gregos tinham o mesmo sangue, a mesma língua, templos dos deuses e sacrifícios comuns, bem como os hábitos e costumes. Sentiam-se Gregos não pelo critério da raça, mas da identidade de língua, religião, costumes, enfim, pela cultura, como defendia Isócratres.
Além disso, os Gregos viviam numa polis, sujeitos apenas às suas leis, o que, a seu ver, os distinguia dos bárbaros, mais do que qualquer outro predicado.
A polis é um sistema de vida, e, por consequência, forma os cidadãos que nela habitam.
Mas afinal como se concretiza este fenómeno?
Uma certa extensão territorial, nunca muito grande, continha uma cidade, onde havia o lar com o fogo sagrado, os templos, as repartições dos magistrados, a agora, onde se efectuavam as transacções; e, habitualmente, a cidadela, na acrópole. A cidade vivia do seu território e a sua economia era essencialmente agrária. Cada uma tinha a sua constituição própria, de acordo com a qual exercia três espécies de actividade: legislativa, judiciária e administrativa. Não menores eram os deveres para com os deuses, pois a polis assentava em bases religiosas, e as cerimónias do culto eram ao mesmo tempo obrigações civis, desempenhadas pelos magistrados.
É neste regime político, que emergira da Idade Obscura, que a Grécia viverá até à época helenística, em que finalmente se há-de dissolver.”
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Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega, 1998
Que factores explicam a pluralidade das cidades-Estado na Grécia Antiga e a grande dispersão do mundo grego?
Publicado por História às 01:59
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Publicado por História às 01:58
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“Sobre a religião homérica continua a pairar a dúvida, se é original dos Poemas, se existia já. […]
Numa primeira linha de investigação e, através de uma análise do texto Ilíada, demonstrou-se que os próprios deuses são moldados pelas exigências da história e como certos mitos foram criados para motivar o seu desenvolvimento.
A segunda destas tendências tem mostrado que “algumas divindades têm características que fazem supor que resultam de uma adaptação de figuras de religiões asiáticas (como Afrodite, Hefestos, Ártemis), ao passo que outras são predominantemente helénicas, como Hera, Atena, Poséidon, Hermes, Deméter e, sobretudo, Zeus”.
“Na religião homérica, as suas divindades eram luminosas e antropomórficas, o que, pondo de parte a religião hebraica, que é um caso único e sem paralelo, representa uma superioridade sobre as demais da Antiguidade.
Em vez de potências ocultas e terríveis, temos formas claras, que se comportam e reagem como seres humanos superlativados. […] São mais altos, mais fortes, mais belos (com excepção de Hefestos). […] Não conhecem a velhice nem a morte e a sua vida é fácil.
Misturam-se com os homens na Ilíada, e algumas vezes aparecem-lhes disfarçados, mas são reconhecidos. Combatem junto dos heróis que protegem e advertem-nos dos perigos […]. Os deuses têm também defeitos dos homens. […] Se por um lado, há um princípio de hierarquia, pois Zeus está acima de todos, por outro ele mantém a sua posição com uma dificuldade que encontra paralelo na de Agamémnon perante os outros chefes aqueus.[…]
Na Odisseia já há mais do que isso: os deuses já não enganam os homens e esforçam-se por lhes impor regras de procedimento moral. […]”
Estamos perante uma “crença religiosa bem definida, em que a acção divina é supérflua para explicar o sucedido, o que prova que ela não foi inventada para tirar o poeta de dificuldades. […]
Finalmente, deve acentuar-se que o modo de intervenção das divindades diverge de um para outro poema. Na Ilíada são móbil de acção […]. Na Odisseia, estão mais distanciados, apresentam-se em sonhos ou disfarçados e são tutelares ou então entidades perseguidoras […]. Os concílios dos deuses já não são tumultuosos e desordeiros, como nos poemas mais antigos, mas calmos e hieráticos. Este progresso no sentido da idealização vai reflectir-se na concepção da morada das divindades. Em vez de ser uma montanha real, situada na Tessália […], o Olimpo passou a ser um lugar ideal onde não chove nem neva. […] Além disso, […] temos ainda uma diferença mais profunda, uma vez que é o deus supremo que garante o cumprimento da justiça.”
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Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega
Publicado por História às 01:58
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“O homem é o mais frágil de todos os seres sobre a terra; mas conforma-se com a sorte que Zeus lhe manda. O homem [está] na dependência dos deuses […]. Mas, por outro lado, o valor dos homens afere-se pelo interesse que por eles tomam os deus.
Paradoxalmente, este ser extremamente frágil é feito para a luta, e sente-se feliz por medir as suas forças contra os obstáculos. Quer na guerra – nos inúmeros e sucessivos recontros da Ilíada […]; quer nas múltiplas aventuras de Ulisses – o espírito agónico grego não falta nunca.
A ele se associa uma viva curiosidade pelo desconhecido, um interesse nunca afrouxado pelo mundo circundante – que não são menos característicos do homem homérico.”
Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega.
Publicado por História às 01:58
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Publicado por História às 01:56
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Publicado por História às 01:55
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Aprendizagens e competências a desenvolver:
- Levantamento dos conhecimentos tácitos e/ou prévios dos alunos sobre a cultura grega.
- Análise de cartografia digital para a localização da Grécia e da Mediterrâneo.
- Visionamento e análise de excertos de documentários sobre o espaço mediterrânico.
- Leitura e interpretação de textos sobre a concepção de Homem e das Divindades nos poemas Homéricos.
- Visualização e análise de excertos dos filmes "Tróia", de Wolfgang Petersen e "300", de Zack Snyder.
Publicado por História às 01:54
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Embora unida pela mesma língua, pela mesma cultura e pela devoção aos mesmos deuses, a Grécia nunca adquiriu coesão política. Bem pelo contrário. Ciosas da sua autonomia, muitas vezes rivais entre si, as cidades gregas constituíram o núcleo de pequenos estados independentes, a que os Helenos chamaram pólis.
É neste mundo fraccionado que Atenas se destaca, tornando-se, no século V a. C., a "escola da Grécia".
Escola, em primeiro lugar, no que diz respeito à política: em Atenas nasce a primeira democracia, uma democracia directa, amplamente participada, que, apesar das suas limitações, promove a igualdade e a justiça.
Escola também no que diz respeito à cultura: é na Atenas democrática que os arquitectos e os escultores criam as mais belas obras de arte, que os dramaturgos encenam as primeiras peças de teatro, que os filósofos e os oradores cultivam o pensamento e a palavra.
Centro político e cultural de primeira grandeza, Atenas identifica-se com o esplendor da civilização grega e o seu legado ao mundo acidental.
Publicado por História às 01:53
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