Sessão inaugural da Assembleia Constituinte de 1911, presidida por Braancamp Freir
Nesse dia, poucos deputados compareceram na Câmara. (...) Nos homens, nenhum aprumo de vestuário, nem de atitudes, nem de expressão. na imagem brumosa que me ficou da Câmara, destaca-se um vulto de sobretudo alvadio, todo aspapaçado sobre o seu banco, com a expressão de tédio de um borguista mole, extenuado, no morrer sonolento de alguma orgia. De perna estendida com ar de enjoo, encara de pálpebras semicerradas os seus colegas legisladores, dos quais alguns se mantém sentados, outros de pé ou deambulando, muitos a falar do que lhes apetece e a abafar a voz do orador que ora e que ninguém ouve, nem quer ouvir, nem se sabe onde está, nem o que é que nos diz.
António Sérgio, Ensaios III
- Refere, a partir dos documentos, três razões que contribuiram para o agravamento da instabilidade política durante a Primeira República.
De Joana Aguiar a 23 de Abril de 2012 às 21:29
A Primeira República Portuguesa caracterizou-se por uma permanente instabilidade politica.
A instabilidade governativa passou pela constituição de 45 governos com duração de meses e até semanas, em apenas 16 anos. O que culminou em muito descontentamento social levando a greves gerais, motins, assaltos e até atentados.
Com o início da Primeira Guerra Mundial houve um agravamento da instabilidade politica, “a Guerra veio surpreender Portugal”. O país mergulha numa ditadura militar, governado por Sidónio Pais. As medidas tomadas não foram bem sucedidas, mesmo apoiadas por forças mais conservadoras da sociedade portuguesa. O fim do sidonismo levou o país ao caos.
Levando a desagregação dos partidos republicanos, houve um aproveitamento de poder por parte da Monarquia – “A Monarquia do Norte”, mesmo sendo por um curto espaço de tempo.
Seguindo-se uma guerra civil, aos novos líderes faltou capacidade e carisma para imporem os seus projetos. Mas a divisão dos republicanos acabou por agravar-se.
Acabando por despoletar atos de violência por todo o território. Terminando com a morte do Chefe de Governa da altura, António Granjo na célebre “Noite Sangrenta”. A fragilidade da República foi rapidamente aproveitada pela oposição, pela igreja (a quem tinha sido retirado muitos poderes) e pelos grandes proprietários e capitalistas do país que foram muito prejudicados pelas medidas económicas implantadas pela República.
Foi a falência da Primeira República Portuguesa e a abertura para o fascismo que o país mais tarde vai conhecer.
Por Alexandra Marques e Joana Aguiar
De Sidónio a 5 de Junho de 2012 às 16:42
A instabilidade social, alimentada por grupos mais ou menos extremistas (de esquerda, de direita e anarquistas), tem como combustível a difícil situação económica, particularmente nas zonas urbanas, onde o nível de vida se deteriora de dia para dia. O nível dos salários não acompanha a desvalorização da moeda e a subida de preços. A subida dos preços dos bens alimentares e, principalmente, do preço do pão, origina manifestações e tumultos, violentamente reprimidos pelas autoridades.
Assustados com o grau de violência de algumas das reacções de rua, os políticos elaboram leis destinadas a acalmar os ânimos das massas trabalhadoras, entre elas a criação da semana de 48 horas. A verdade é que muitas destas medidas, apesar de legisladas, não chegam a ser aplicadas, o que ajuda, ainda mais, a minar o prestígio da 1.ª República, quer entre as massas trabalhadoras quer entre as classes médias urbanas, que são as suas maiores apoiantes e as que mais temem a instabilidade social e os movimentos radicais de esquerda (que põem em causa a propriedade privada).
A instabilidade governativa (45 governos entre 1910 e 1926), as graves consequências humanas e económicas originadas pela entrada de Portugal na guerra e o anticlericalismo demonstrado nas medidas de laicização do Estado, que conduziram à expulsão das ordens religiosas, à nacionalização dos bens da Igreja, à proibição do ensino religioso, à criação do registo civil obrigatório e à legalização do divórcio, num país de profunda tradição católica, dão do regime uma má imagem. Percepcionado como hesitante para as classes médias, que o consideram demasiado tolerante para com as massas trabalhadoras, e visto pelas massas trabalhadoras como um regime ao serviço da burguesia e da finança, todas as medidas tomadas pelos governos republicanos estão inquinadas, pois as pessoas desconfiam das suas verdadeiras intenções
De Vasco da Gama a 5 de Junho de 2012 às 16:52
A igreja, indisposta e revoltada com o anticlericalismo e o ateísmo republicanos, cerrou fileiras em torno do Centro Católico Português, fundado em 1915. Sabia que, a dar-lhe força, dispunha do imenso país agrário, conservador e católico.
Os grandes proprietários e capitalistas ameaçados pelo aumento de impostos e pelo surto grevista e terrorista, exploraram o tema da ameaça bolchevista. Também cansadas das arruaças constantes e receosas do bolchevismo, as classes médias deram mostras de apoiar um governo forte que restaurasse a ordem e a tranquilidade e lhes devolvesse o desafogo económico.
Os ideais antidemocráticos e antiparlamentares colhiam, então, adeptos na Europa. Portugal, sem raízes democráticas e a braços com uma grande crise socioeconómica, tornou-se, por isso, presa fácil das soluções autoritárias.
Com excepção dos políticos do Partido Democrático e dos sindicalistas, poucos se mostraram dispostos a defender a República em 1925-26. Assim se compreende a facilidade com que a Primeira República portuguesa caiu, em 28 de Maio de 1926, às mãos de um golpe militar
De Inês Dias a 3 de Junho de 2013 às 22:34
Durante a Primeira Republica Portugal passou por momentos de grande instabilidade, tanto a nível social, económico e Politico. As agravantes desta nova época para o país dos lusitanos foram, entre muitos, a instabilidade politica que em 15 anos de Republica originou 45 governos e 8 eleições, e as divergências politicas entre os republicanos que dividiram o país (grupos de esquerda, direita e anarquistas). Isto é facilmente comprovada a partir de documentos da altura como o que nos é fornecido e diz “De perna estendida com ar de enjoo, encara de pálpebras semicerradas os seus colegas legisladores, dos quais alguns se mantém sentados, outros de pé ou deambulando, muitos a falar do que lhes apetece e a abafar a voz do orador que ora e que ninguém ouve, nem quer ouvir, nem se sabe onde está, nem o que é que nos diz.”. Outra das agravantes é a revolta do povo provocada não só pela instabilidade politica mas também à subjacente crise económica porque Portugal atravessava devido à primeira grande guerra da qual fazíamos parte, o que levou desde imensas greves, a assaltos e até a atentados.
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De Anónimo a 7 de Fevereiro de 2021 às 18:19
de onde tirou essa frase dentro de aspas
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