Domingo, 27 de Janeiro de 2013

A Grande Depressão dos anos 30

 

Um corretor arruinado, Nova Iorque, 1929

 

Era o fim do mundo para um povo que tinha apostado tudo na riqueza. As indústrias, equipadas para grandes produções, não encontravam compradores. O número de desempregados subia. (...) Mas, quando as pessoas cessaram as suas compras, então o desemprego aumentou em progressão geométrica, devido à baixa dos preços, à falta de confiança, ao crash de Wall Street.

 

André Maurois, 1933 -  Chantiers Américains, Paris

  1. Refere, tendo em conta os documentos, as causas da situação económica de 1929.
Publicado por História às 13:39
| Comentar
4 comentários:
De João Paulo Pires a 17 de Maio de 2012 às 20:20
1-Ultrapassadas as dificuldades do pós-guerra, tudo apontava para o arranque de uma era de prosperidade para a economia americana e de rápida recuperação dos países europeus destruídos pelo conflito.
Todavia, em 1929, a prosperidade americana já não conseguia esconder as suas fragilidades:
-Havia sectores tradicionais da economia que não conseguiam recuperar das crises de inícios do século e evidenciavam grandes dificuldades em acompanhar a conjuntura de crescimento económico;
-O desenvolvimento da mecanização e da racionalização do trabalho era razão para persistência de um desemprego crónico;
-A produção agrícola dava sinais de superprodução, tornando-se uma actividade pouco compensadora pela baixa nos preços e queda nos lucros dos grandes proprietarios, muitos deles endividados;
-O endividamento da população americana vinha sendo o recurso mais fácil para manter os elevados índices de consumo, tantas eram as dificuldades ao crédito.
Este endividamento era também causado pela especulação bolsista. Tratava-se do recurso ao crédito para aplicação na compra de acções. As ações das empresas atraíam cada vez mais investidores, num "jogo" perigoso, dado que o valor inflacionado que alguns títulos atingiam, na ilusão de uma prosperidade interminável. Os bancos estimulavam esta especulação bolsista, quer concebendo empréstimos aos particulares, quer investindo também grande percentagem dos seus capitais nos mercados de valores imobiliários.
Em meados desse mesmo ano a produção agricola e industrial atinge níveis elevadíssimos e os índices bolsistas batem sucessivos recordes, começam a surgir indicadores que denunciam a acumulação de excedentes nos armazéns, em setores económicos considerados vitais, como era o fabrico de automóveis. A superprodução era uma realidade no sector industrial americano.
Entretanto, outros indicadores apontavam para uma baixa no lucro de muitas empresas cujas ações estavam perigosamente sobrevalorizadas. Começam a surgir, nos mercados bolsistas, grandes quantidades de ordens de venda dessas ações e, perante a queda contínua dos preços, no dia 24 de Outubro não havia compradores para a quantidade de títulos disponíveis no mercado, dando-se assim, o crash de wall street


De Catarina Teorgas a 21 de Maio de 2012 às 01:00
O crash de 1929 foi uma típica crise do tipo capitalista, do género das que afectaram os EUA, ciclicamente, desde 1810. Porém, a crise de 1029 foi tão grave que fez repensar os próprios fundamentos da livre-concorrência.
Depois de uma fase de alta na economia ( entre 1925 e 1929), que tomou o nome de "loucos anos 20" ( "the roaring twenties"), relacionada com a dependência dos capitais e dos empréstimos americanos no pós-guerra e com a aplicação do taylorismo, seguiu-se uma tendência depressionária.
A crise teve origem em dois fatores: por um lado, na superprodução de bens de consumo; por outro, na especulação bolsista - as cotações das ações da Bolsa, cada vez mais altas, não correspondiam à situação real das empresas. A facilidade de recurso ao crédito mantinha os cidadãos na ilusão de prosperidade.
Perante os rumores de crise, a partir do dia 22 de Outubro as tentativas de vender as ações aumentaram. Em 24 de Outubro (a "quinta-feira negra") foi posta à venda uma enorme quantidade de ações. Ora, de acordo com a lei capitalista da oferta e da procura, quanto mais ações estavam à venda, menos valiam, pelo que, rapidamente, as ações, dias antes valiosísimas, não passavam de bocados de papel que ninguém queria comprar: estava instalado o crash (descida rápida do valor das ações).


De Joana Aguiar a 22 de Maio de 2012 às 18:09
Em 1928, os americanos acreditavam que a sua economia atravessava uma fase de prosperidade infindável. Mas essa era de prosperidade, revelar-se-ia precária e efémera.
As indústrias produziam demais para a procura que existia. Estas produções excedentárias originavam preços baixos e queda de lucros. E devido ao intenso desenvolvimento tecnológico aumentava a substituição de trabalhadores por máquinas, aumentando o desemprego. Como diz no documento “As indústrias, equipadas para grandes produções, não encontravam compradores.” .
A par de tudo isto havia uma enorme facilitação do crédito, processado pelos bancos mantendo um falso poder de compra americano. Crentes na solidez da economia, os americanos de todos os níveis sociais (do motorista ao médico) aplicavam o seu dinheiro na bolsa. Aumentando a especulação bolsista. Foram os primeiros sinais da crise de 1929.
No dia 29 de Outubro de 1929 milhões de títulos foram postos a venda sem encontrar comprador. Foi o “crash” na bolsa de Wall street. Como muitos destes investimentos foram feitos através do crédito, os bancos deixaram de ser reembolsados e faliram. Juntamente com imensas empresas, de imediato, a produção industrial contraiu-se e os preços baixaram, levando à deflação.
A quebra da prosperidade económica traduziu-se no aumento do desemprego, da miséria e da fome. Tal como a criminalidade e a violência. Famílias outrora com um grande poder de compra viam-se agora despejadas e a procurar abrigo nos bairros de lata na preferia. Nos anos 20 fazia-se fila para ir ao cinema, a partir do final de 1929 fazia-se filas por uma refeição. Como ilustra o documento: “Era o fim do mundo para um povo que tinha apostado tudo na riqueza”.


De Inês Dias a 4 de Junho de 2013 às 23:28
O fim dos anos de glória e prosperidade chegam em 1929. Os americanos pensavam viver uma fase de prosperidade eterna, consumiam para além das suas capacidades e eram sustentados por créditos, facilmente obtidos nos bancos, aos quais não conseguiam pagar. As indústria como nos diz no texto fornecido produzia mais do que conseguia escoar, “: As indústrias, equipadas para grandes produções, não encontravam compradores.”. Estas estavam fortemente desenvolvidas, trocando assim os trabalhadores por máquinas, o que aumentava seriamente a taxa de desemprego. Os americanos iludidos pelos anteriores anos de extravagância e prosperidade que deram lugar aos anos 20, investiram todo o seu dinheiro, créditos, na bolsa e quando finalmente pararam de comprar e o desemprego disparou a números extremamente elevados, as numerosas vendas de acções atingiram o rubro, e o que ontem valia milhões hoje não vale nada, provocando assim a 29 de Outubro de 1929, o Crash da Bolsa, “Mas, quando as pessoas cessaram as suas compras, então o desemprego aumentou em progressão geométrica, devido à baixa dos preços, à falta de confiança, ao crash de Wall Street .”. Os resultados finais deste colapso foram a automática falência de várias empresas e bancos, fome, miséria e muito vandalismo.


Comentar post

Externato Luís de Camões

Pesquisar

 

Junho 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30


Posts recentes

Guia de estudo para o exa...

Guia de estudo para o tes...

Apresentação "Do autorita...

Caderno Diário "Do autori...

A Revolução de Abril

A liberalização fracassad...

Continuidade e evolução

O isolamento internaciona...

A defesa da independência...

A defesa do Ultramar

A solução para o Ultramar

O sobressalto político de...

Apresentação "Os Totalita...

O Estalinismo

O Estado Novo

O Nazismo

O Fascismo

As consequências da Grand...

A Grande Depressão dos an...

Caderno Diário "A Grande ...

Os "loucos anos 20" e as ...

Caderno Diário "Mutações ...

A falência da Primeira Re...

O agravamento da instabil...

Caderno Diário "Portugal ...

Caderno Diário "As transf...

Da depressão económica à ...

Guia de estudo: As Revolu...

Guia de estudo: A Filosof...

Guia de estudo: O Absolut...

Guia de estudo: A Socieda...

Trabalho de pesquisa - A ...

Trabalho de pesquisa - A ...

Trabalho de pesquisa - A ...

Exercício 5 - A Declaraçã...

Exercício 3 - Manifestaçõ...

Exercício 2 - O Absolutis...

Exercício 1 - A Sociedade...

Do Absolutismo às Revoluç...

Guia de estudo: Humanismo...

Arquivos

Junho 2013

Abril 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Maio 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Outubro 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Novembro 2008

Outubro 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Outubro 2007

Ligações