Sábado, 6 de Abril de 2013

O Estado Novo

Todos sabem de onde vimos – de uma das maiores desorganizações que em Portugal se devem ter verificado na economia, nas finanças, na política, na administração pública. (…) 

Não há Estado forte onde o Poder Executivo o não é, e o enfraquecimento deste é a característica geral dos regimes políticos dominados pelo liberalismo individualista ou socialista, pelo espírito partidário e pelos excessos e desordens do parlamentarismo. (...)

 

Salazar, Discurso de 30 de Julho de 1930

  

 

A Lição de Salazar, Secretariado de Propaganda Nacional, 1938

 

  1. A partir das fontes, identifique as principais caraterísticas ideológicas do Estado Novo.
Publicado por História às 11:56
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11 comentários:
De Maria a 21 de Maio de 2012 às 00:52
O Estado Novo caracteriza-se por uma progressiva adopção do modelo italiano nas instituições e no imaginário político.
A construção da nova ordem política, económica, social e cultural assenta nos seguintes vectores:

- Formação de um Estado forte, autoritário e dirigista, através da instauração de um regime de poder personalizado, ditatorial e antiparlamentar.

- Defesa do nacionalismo e do patriotismo: certas épocas e figuras da História da Pátria foram exaltadas, com vista a encher de orgulho os Portugueses.

- Defesa do colonialismo: o Acto Colonial de 1930 determina que cabia à Nação defender, civilizar e colonizar os territórios do “Império Colonial Português”.

- Existência do “partido único”, a União Nacional, fundada em 1930, entendida como associação política de carácter cívico com inscrição obrigatória para admissão em certos empregos públicos.

- Existência de milícias próprias, como a Legião Portuguesa, criada em 1936, tendo como objectivo principal a “cruzada bolchevista” e a defesa do “património espiritual da Nação”.

- Controlo da formação ideológica da população em geral, da juventude (a Mocidade Portuguesa, criada em 1936), e da opinião pública pela propaganda política, pelo controlo do ensino e da educação (existência do “livro único”) e pela acção junta das famílias e dos trabalhadores.

- Culto do chefe: tal como Mussolini e Hitler, Salazar foi proclamado como um génio, um homem de excepção e quase infalível, que a propaganda oficial impunha à veneração da Nação, como se se tratasse de um santo (Salazar era considerado o “Salvador da Pátria”).

- Carácter repressivo do poder, com a criação da polícia política (PVDE, mais tarde designada por PIDE) e com a institucionalização da Censura.

- Corporativismo: os trabalhadores e a sociedade organizavam-se em corporações, com a finalidade de resolver os conflitos de interesses surgidos entre os diversos estratos sociais.

Assim, ao longo da década de ’30, Salazar criou um Estado autoritário, antiparlamentar e antidemocrático. Os ‘slogans’ “Tudo pela Nação, nada contra a Nação” e “Deus, Pátria, Família” simbolizavam o novo regime.


De Pedro a 21 de Maio de 2012 às 00:57
Designamos por Estado Novo o regime totalitário de tipo fascista que vigorou em Portugal entre 1933 (data da Constituição) e 1974. Desde 1926 o país encontrava-se sob a ditadura militar do general Gomes da Costa, porém, esta não conseguira dar solução aos principais problemas económicos e sociais.
Em 1928, ainda em plena ditadura militar, foi nomeado para o governo, a fim de exercer as funções de ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar. Este destacou-se por ter conseguido um saldo positivo para o orçamento de Estado, tendo sido nomeado chefe do Governo em 1932. A partir desta data e até à sua substituição, no poder, por Marcello Caetano, em 1969, controlou todos os aspectos da vida nacional, a tal ponto que o regime é vulgarmente intitulado Salazarismo.
O Estado Novo, cujos princípios foram descritos no Decálogo do Estado Novo, da autoria de António Ferro, era antidemocrático, porque:
a) recusava a soberania popular. O poder legislativo estava submetido ao poder exclusivo – António Ferro, no Decálogo do Estado Novo, afirmava: “Não há Estado forte onde o poder executivo o não é.” O parlamento, chamado Assembleia Nacional, apenas discutia as propostas de lei Governo; na realidade, o poder era partilhado entre o presidente do conselho (o equivalente a um primeiro-ministro) – Salazar, desde 1932 até 1968 – e o presidente da República num sistema já catalogado de “presidencialismo bicéfalo”.
b) impedia a realização de eleições livres. Não era permitido o pluripartidarismo – existia apenas um partido político autorizado (a União Nacional) desde 1930. Tal como Mussolini falava na democracia como “irresponsabilidade colectiva”, António Ferro dizia do parlamentarismo que sujeitava o Governo à “ditadura irresponsável e tumultuária dos partidos”.
c) os direitos individuais dos cidadãos não eram respeitados. O Decálogo do Estado Novo afirmava: “Para o Estado Novo não há direitos abstractos do Homem, há direitos concretos dos homens”. Em consequência, os opositores políticos eram perseguidos pela polícia política (PVDE, mais tarde PIDE) e encerrados em prisões políticas (como o forte de Peniche) ou em campos de concentração (o Tarrafal, em Cabo Verde); toda a informação era filtrada pela censura (nomeadamente a imprensa era controlada pelo famoso “lápis azul” dos censores). O carácter repressivo do regime salazarista evidencia-se claramente no último item do Decálogo: “Os inimigos do Estado Novo são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação […] pode-se ser usada a força […]”.
d) prestava-se culto ao chefe – a personalidade de Salazar, distante do estilo agressivo dos lideres autoritários europeus, foi enaltecida pelo regime, que atribuiu os valores da austeridade, seriedade, comedimento e, sobretudo, autoridade.

Era conservador, porque:
a) a base da Nação era a família, entendida como núcleo de autoridade com papéis rigidamente atribuídos: o pai trabalhador, a mulher confinada ao estatuto de esposa e mãe, filhos obedientes.
b) os valores considerados fundamentais não podiam ser postos em causa: Salazar falava do “conforto das grandes certezas”: “não discutimos Deus […]; não discutimos a Pátria e a sua História; não discutimos e autoridade […]; não discutimos a família […].”
c) todas as vanguardas artísticas eram rejeitadas em nome de uma arte nacional.
d) a vida rural era valorizada, enquanto o cosmopolitismo, citadino era desprezado.
e) a hierarquia católica era protegida e a religião era o primeiro dos pilares da “educação nacional”, resumida no lema “Deus, Pátria, Família”.

Nacionalista (Salazar, logo em 1929, afirmava “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”), uma vez que:
a) a História de Portugal era mitificada para fazer a apologia da Nação. Reduzida a figuras marcantes (idealizadas como heróis e santos) e a factos gloriosos (conquistas de território, batalhas), a Historia tinha de ser memorizada, sem espírito crítico, por todos os jovens que frequentassem a escola.
b) existiam milícias nacionalistas de enquadramento das massas, como a Mocidade Portuguesa, de inscrição obrigatória para os jovens, e a Legião Portuguesa, para adultos (ambas de 1936);
Além Além disso, revelava-se corporativo, pois:
a) os indivíduos apenas tinham existência para o Estado se integrado na família, município e associação.


De Oliveira a 5 de Junho de 2012 às 16:48
Fortemente atingidas na sua capacidade de acumulação; profundamente divididas acerca das estratégias particulares de resposta à crise (…); apertadas entre a concorrência estrangeira e as reivindicações de um operariado cuja exploração encaravam como questão de sobrevivência – as forças vivas unem-se contra o liberalismo republicano em torno de um proposto singelo: a ordem, ou seja, o Estado forte, capaz de a impor a todos os níveis.
Um Estado desembaraçado dos empecilhos da partidocracia e da instabilidade inerente ao parlamentarismo, dotado de autonomia e autoridade suficientes para repor o equilíbrio orçamental (assim estabilizando a moeda, possibilitando o financiamento público aos sectores em crise, baixando as taxas de juro, viabilizando a construção de infra-estruturas); para proteger o mercado nacional e colonial da concorrência estrangeira; para arbitrar as contradições entre os diversos sectores das forças vivas (e entre estes e as classes médias), repondo os equilíbrios fundamentais à instabilidade do sistema, e para liquidar o movimento reivindicativo dos trabalhadores, sujeitando-o, através de soluções repressivas e de enquadramento duradouras, às necessidades de acumulação do conjunto das classes possidentes.
O Estado Novo, no seu duplo pragmatismo, iria cumprir exactamente esse papel.


De Facho a 5 de Junho de 2012 às 16:55
A ideologia fascista, que havia vingado na Itália de Mussolini, inspirou Salazar na construção do regime do Estado Novo. A construção da nova ordem política, económica, social e cultural assentou nos seguintes vectores: formação de um Estado forte, autoritário e dirigista, através da instauração de um regime de poder pessoalizado, ditatorial e antiparlamentar; defesa do nacionalismo, do patriotismo e do colonialismo; existência do partido único, União Nacional, entendido como associação política de carácter cívico com inscrição obrigatória para admissão em certos empregos públicos; existência de milícias próprias, como foi o caso da Legião Portuguesa, tendo como objectivo principal a cruzada antibolchevista e a defesa do património espiritual da Nação”; controlo da formação ideológica da população em geral, da juventude (Mocidade Portuguesa) e da opinião pública pela propaganda política, pelo controlo do ensino e da educação (existência do livro único) e pela acção junto da família e dos trabalhadores; culto do chefe com o líder a ser proclamado um génio, um homem de excepção e quase infalível, que a propaganda oficial impunha à veneração da Nação, como se se tratasse de um santo; carácter repressivo do poder com a criação da polícia política e a institucionalização da Censura; organização corporativa do trabalho e da sociedade, pois o bem comum ou interesse colectivo eram definidos superiormente pelo Estado.


De Mussolini a 5 de Junho de 2012 às 17:00
Repetindo insistentemente os slogans de um «Estado forte» e de «Tudo pela Nação, nada contra a Nação», Salazar repudiou o liberalismo, a democracia e o parlamentarismo e proclamou o carácter autoritário, corporativo, conservador e nacionalista do Estado Novo.
Desse modo, o ditador logrou convencer grande parte do país da justeza da sua política, obtendo o apoio de quantos haviam hostilizado a Primeira República e desacreditado na sua acção: a hierarquia religiosa e os devotos católicos; os grandes proprietários agrários e a alta burguesia ligada ao comércio colonial e externo; a média e a pequena burguesias empobrecidas; os monárquicos, os integralistas e os simpatizantes fascistas; os militares. (…)
O Estado Novo distinguiu-se, entre os demais fascismos, pelo seu carácter profundamente conservador e tradicionalista. Repousou em valores e conceitos morais que jamais alguém deveria questionar: Deus, a Pátria, a Família, a Autoridade, a Paz Social, a Hierarquia, a Moralidade, a Austeridade. Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente português.
Criticou-se a sociedade urbana e industrial, fonte de todos os vícios, e enalteceu-se o mundo rural, refúgio seguro da virtude e da moralidade.
Protegeu-se a religião católica, definida, na década de 50, como religião da Nação portuguesa. O Santuário de Fátima testemunhou, entretanto, a forte ligação entre o Estado e a Igreja. Grandes concentrações nele levadas a cabo recebiam a bênção papal e salientavam o carácter providencial do regime e do seu chefe.
Reduziu-se a mulher a um papel passivo do ponto de vista económico, social, político e cultural. A mulher-modelo foi definida como uma mulher de grande feminilidade, uma esposa carinhosa e submissa, uma mãe sacrificada e virtuosa.
Considerou-se, por sua vez, que a verdadeira família portuguesa era a família católica de moralidade austera, que repelia o vício e a desregração de costumes proporcionados pela liberalização da cidade moderna e formava as futuras gerações de portugueses que se queriam tementes a Deus, heróis e santos da Nação.


De César Augusto a 5 de Junho de 2012 às 17:03
À semelhança do fascismo italiano, o Estado Novo afirmou-se antiliberal, antidemocrático e antiparlamentar. Tal como aquele regime, recusou a liberdade individual e a sobernia popular enquanto fundamentos da sua legitimidade.
Na óptica de Salazar, a Nação representava um todo orgânico e não um conjunto de indivíduos isolados. Deste pressuposto resultaram duas consequências. A primeira foi que o interesse da Nação se sobrepunha aos direitos individuais. A segunda consequência foi que os partidos políticos, na medida em que representavam apenas as opiniões e os interesses particulares de grupos de indivíduos, constituíam um elemento desagregador da unidade da Nação (...).
Para Salazar, só a valorização do poder executivo era o garante de um Estado forte e autoritário. (…)
Por isso, a Constituição de 1933 (…) atribuiu vastas competências ao Presidente do Conselho, entre elas, o poder de legislar através de decretos-leis, o de propor a nomeação e a exoneração dos membros do Governo e o de referendar os actos do próprio Presidente da República. (…) Quanto à Assembleia Nacional, órgão máximo do poder legislativo, limitava-se à discussão das propostas de lei que o Governo lhe enviava para aprovação


De Catarina Teorgas a 21 de Maio de 2012 às 22:54
Designamos por estado novo o regime totalitário de tipo fascista que vigorou em Portugal entre 1933 (data da constituição) e 1974. Desde 1926 o país encontrava-se sob a ditadura militar do general Gomes da Costa, porém, esta não conseguira dar solução aos principais problemas económicos e sociais.
Em 1928, ainda em plena ditadura militar, foi nomeado para o Governo, a fim de exercer as funções de ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar. Este destacou-se por ter conseguido um saldo positivo para o orçamento de Estado, tendo sido nomeado chefe do Governo em 1932. A partir desta data e até à sua substituição, no poder, por Marcello Caetano, em 1969, controlou todos os aspectos da vida nacional, a tal ponto que o regime é vulgarmente intitulado Salazarismo.
O Estado Novo, cujos princípios foram descritos no Decálogo do Estado Novo, da autoria de António Ferro, apresentava as seguintes características:
1- Era antidemocrático, porque:
a) recusava a soberania popular. O poder legislativo estava submetido ao poder executivo- António Ferro, no Decálogo do Estado Novo, afirmava: "Não há Estado forte onde o poder executivo o não é". O Parlamento, chamado Assembleia Nacional, apenas discutia as propostas de lei do Governo; na realidade, o poder era partilhado entre o presidente do Conselho (o equivalente a um primeiro-ministro) - Salazar, desde 1932 até 1968 - e o presidente da República num sistema já catalogado de "presidencialismo bicéfalo".
b) impedia a realização de eleições livres. Não era permitido o pluripartidarismo - existia apenas um partido político autorizado (a União Nacional) desde 1930. Tal como Mussolini falava na democracia como "irresponsabilidade colectiva)", António Ferro dizia do parlamentarismo que sujeitava o Governo à "ditadura irresponsável e tumultuaria dos partidos".
c) os direitos individuais dos cidadãos não eram respeitados. O Decálogo do Estado Novo afirmava: " Para o Estado Novo não há direitos abstractos do Homem, há direitos concretos dos homens ". Em consequência, os opositores políticos eram perseguidos pela polícia política (PVDE, mais tarde PIDE) e encerrados em prisões políticas (como o forte de Peniche) ou em campos de concentração (o Tarrafal, em Cabo Verde); toda a informação era filtrada pela censura (nomeadamente a imprensa era controlada pelo famoso "lápis azul" dos censores). O carácter repressivo do regime Salazarista evidencia-se claramente no último item no Decálogo: "Os inimigos do Estado Novo são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação [...] pode e deve ser usada a força [...]".
d) prestava-se culto ao chefe - a personalidade de Salazar, distante do estilo agressivo dos líderes autoritários europeus, foi enaltecida pelo regime, que lhe atribuiu os valores da austeridade, seriedade, comedimento e, sobretudo, autoridade.
2. Era conservador, porque:
a) a base da Nação era a família, entendida como núcleo de autoridade com papéis rigidamente atribuídos: o pai trabalhador, a mulher confinada ao estatuto de esposa e mãe, filhos obedientes.
b) os valores considerados fundamentais não podiam ser postos em causa: Salazar falava do "conforto das grandes certezas": " não discutimos Deus [...]; não discutimos a Pátria e a sua História; não discutimos autoridade [...]; não discutimos a família [...]."
c) todas as vanguardas artísticas eram rejeitadas em nome de uma arte nacional.
d) a vida rural era valorizada, enquanto o cosmopolitismo citadino era desprezado.
e) a hierarquia católica era protegida e a religião era o primeiro dos pilares da educação nacional", resumida no lema " Deus, Pátria, Família".
3. Era nacionalista(Salazar, logo em 1929, afirmava "tudo pela Nação, nada contra a Nação"), porque:
a) a História de Portugal era mitificada para fazer a apologia da Nação. Reduzida a figuras marcantes (idealizadas como heróis e santos) e a factos gloriosos (conquistas de território, batalhas), a História tinha de ser memorizada, sem espírito crítico, por todos os jovens que frequentassem a escola.
b) existiam milícias nacionalistas de enquadramento das massas, como a Mocidade Portuguesa, de inscrição obrigatória para os jovens, e a Legião Portuguesa, para adultos (ambas de 1936);

(continua)


De Catarina Teorgas a 21 de Maio de 2012 às 23:02
( continuação)

c) o regime Salazarista utilizava as colónias em proveito dos interesses da metrópole, seguindo os parâmetros definidos pelo Acto Colonial, de 1930.
4. Era corporativo, porque:
a) os indivíduos apenas tinham existência para o Estado se integrados em organismos - "família, municípios, associações, corporações" - refere-se, no Decálogo do Estado Novo;
b) a Câmara Corporativa, composta por delegados das corporações e municípios, desempenhava funções consultivas junto da Assembleia Nacional;
c) as corporações económicas integravam patrões e trabalhadores, não sendo permitidos sindicatos livres pois, na óptica de António Ferro, o Estado Novo subordinava "todas as classes à suprema harmonia do interesse nacional" (Decálogo do Estado Novo,item 3).


De Joana Aguiar a 23 de Maio de 2012 às 15:40
O Estado Novo representou-se na figura de António de Oliveira Salazar, antigo Professor na Universidade de Coimbra. É convidado a assumir a pasta das finanças do país que na altura apresentava um elevado défice orçamental. Com Salazar nas finanças, o país apresentou, um saldo positivo no orçamento, o que já não acontecia a 15 anos. Como ele próprio faz questão de chamar a atenção no seu discurso: “Todos sabem de onde vimos – de uma das maiores desorganizações que em Portugal se devem ter verificado na economia, nas finanças, na política, na administração pública.”.
Salazar não escondia o seu intuito de instaurar no país uma nova ordem política, consagrado um sistema governativo designado por Estado Novo. Assumindo como um sistema antidemocrático e antiparlamentarista, “pelo espírito partidário e pelos excessos e desordens do parlamentarismo”. Com um carácter autoritário, conservador e nacionalista. Não assumindo uma atitude tão violenta e grotesca como os outros líderes fascistas, também o Estado Novo desenvolveu um aparelho repressivo, de tortura e censura contra aqueles que ousassem questionar o Estado.
Sempre repudiou os exageros republicanos e os ideais do liberalismo, acreditando que estes ideias nunca iriam conseguir conduzir um estado de forma positiva, “Não há Estado forte onde o Poder Executivo o não é, e o enfraquecimento deste é a característica geral dos regimes políticos dominados pelo liberalismo individualista ou socialista”.
A faceta conservadora de Salazar repercutiu-se no sistema político que liderou, no seu caráter profundamente conservador e tradicionalista. Tal como ilustra a imagem acima, “A Lição de Salazar” defendia os seguintes valores para a educação dos seus cidadãos: “Deus, Pátria e Família”. Defendendo sempre que apenas o homem deveria trabalhar, tendo a mulher um papel mais passivo na sociedade, responsável apenas pela educação dos filhos e as tarefas domesticas. Considerando nestes moldes a “verdadeira família portuguesa”. Protegendo sempre a religião católica, as tradições portuguesas e o estilo de vida rural.
Defendendo um nacionalismo exacerbado, “Tudo pela nação, nada contra a Nação”. Fazendo dos portugueses um povo de heróis, dotados de qualidades ímpares, acreditando que os mesmos desenvolviam uma ação evangelizadora que justificaria o colonialismo.


De Salazar a 5 de Junho de 2012 às 16:53
A ideologia fascista, que havia vingado na Itália de Mussolini, inspirou Salazar na construção do regime do Estado Novo. A construção da nova ordem política, económica, social e cultural assentou nos seguintes vectores: formação de um Estado forte, autoritário e dirigista, através da instauração de um regime de poder pessoalizado, ditatorial e antiparlamentar; defesa do nacionalismo, do patriotismo e do colonialismo; existência do partido único, União Nacional, entendido como associação política de carácter cívico com inscrição obrigatória para admissão em certos empregos públicos; existência de milícias próprias, como foi o caso da Legião Portuguesa, tendo como objectivo principal a cruzada antibolchevista e a defesa do património espiritual da Nação”; controlo da formação ideológica da população em geral, da juventude (Mocidade Portuguesa) e da opinião pública pela propaganda política, pelo controlo do ensino e da educação (existência do livro único) e pela acção junto da família e dos trabalhadores; culto do chefe com o líder a ser proclamado um génio, um homem de excepção e quase infalível, que a propaganda oficial impunha à veneração da Nação, como se se tratasse de um santo; carácter repressivo do poder com a criação da polícia política e a institucionalização da Censura; organização corporativa do trabalho e da sociedade, pois o bem comum ou interesse colectivo eram definidos superiormente pelo Estado.


De Mariana a 30 de Abril de 2013 às 15:05
O Estado Novo, é uma versão Portuguesa do fascismo Italiano, que tem como princípios a formação de um Estado forte implementado por um regime ditatorial e antiparlamentar, defesa do nacionalismo, patriotismo e colonialismo. Existência do «Partido Único» e milícias próprias. Controlo da formação ideológica da população em geral, da juventude e da opinião pública. Culto do chefe, formação de um aparelho repressivo (Policia Politica), institucionalização da censura e organização de uma corporativa de trabalho e da sociedade que prossupunha que acima do individuo esta o interesse da colectividade, a gradeza da Nação e a supremacia do Estado.
Uma característica essencial e patrioticamente defendida pelo Estado Novo de Salazar era a conservação e valorização do clássico estilo de vida portuguesa.
Inspirado na população rural honesta e trabalhadora profundamente temente a Deus e submissos ao poder totalitário. Salazar via nesta nação uma utopia que o mundo deveria adoptar.


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