Domingo, 28 de Abril de 2013
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Soldados portugueses em Angola
ASSEMBLEIA-GERAL
(...) Notando com profunda preocupação que (...) o Governo de Portugal está a intensificar as medidas de repressão e as operações militares contra o povo africano:
1. Reafirma o direito dos povos africanos sob administração portuguesa à liberdade e à independência e reconhece a legitimidade da luta; (...)
3. Apela a todos os Estados (...) que prestem ao povo dos territórios sob administração portuguesa o apoio moral e material necessário à restauração dos seus direitos inalienáveis; (...)
4. Condena a política colonial portuguesa e a sua recusa persistente em acatar as resoluções da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança; (...)
7. Recomenda aos estados-membros para tomarem as seguintes medidas: a) Cortarem ligações diplomáticas e consulares com o Governo de Portugal (...).
Resolução 2107, aprovada na reunião plenária da Assembleia-Geral, 21 de dezembro de 1965
- Refere a posição da ONU sobre a política colonial portuguesa.
Publicado por História às 22:56
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De Ana Graça a 5 de Junho de 2012 às 16:25
No início dos anos 70, a guerra nas colónias chegara a um impasse: não se vislumbrava a vitória militar. A questão colonial parecia um beco sem saída que esgotava os recursos nacionais (40% do orçamento de Estado era aplicado no esforço de guerra), envolvia em risco de morte os cidadãos nacionais (7% da população activa masculina foi chamada a intervir na guerra) e favorecia o crescimento da contestação interna e externa. Perante uma vaga crescente de contestação à guerra, tornava-se cada vez mais difícil para os portugueses seguir a tese de Marcello Caetano segundo o qual os povos da Guiné, de Angola e de Moçambique não queriam a independência de Portugal, tratando-se de guerrilhas de “selvagens assassinos e violadores”.
De Joana Aguiar a 5 de Junho de 2012 às 16:58
A ONU, de acordo com os seus ideias e objetivos de uma organização promotora da paz entre as nações, discordava fortemente com a Guerra Colonial defendida pelo Governo português. Após vários avisos para que a guerra fosse interrompida e o facto de Portugal ignorar os mesmos, levou a assembleia- Geral da ONU a tomar medidas contra a atuação de Portugal. São essas medidas que estão expressas no documento.
Defende-se no mesmo a independência dos povos africanos (no ponto 1). Para que isso aconteça apela-se à intervenção internacional a favor dos povos africanos (ponto 2), para que a sua reconstrução seja facilitada. E para que se exerça uma pressão com o governo Português, a ONU intercedeu junto aos outros países para que cortassem as suas relações económicas, diplomáticas e politicas com Portugal (ponto 7). Alienado o mesmo do resto do mundo.
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